Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada pede POSEI para transportes marítimos

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada defendeu a criação de um POSEI para os transportes, para "atenuar o custo do transporte marítimo" e acabar com os constrangimentos verificados na região.



"A criação de um POSEI [Programa de Opções Específicas para fazer face ao Afastamento e à Insularidade], para os transportes será uma forma de atenuar o custo do transporte marítimo, contribuindo para a melhoria dos resultados das empresas e do rendimento disponível das famílias", referiu em comunicado a direção da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada - Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria (CCIPD).

A posição dos empresários açorianos foi revelada após a realização de uma reunião entre a direção da CCIPD e as administrações das três empresas de armadores que operam nos Açores (Transinsular, Mutualista e GSLines).

O encontro ocorreu no seguimento das "crescentes dificuldades reportadas por associados e pelo tecido empresarial regional em geral, relativamente ao transporte marítimo de mercadorias, à operação interilhas e desta com o continente".

A reunião pretendeu "compreender os constrangimentos em curso, avaliar o impacto nas atividades económicas regionais e preparar um posicionamento conjunto a ser apresentado ao Governo Regional dos Açores", indicou.

Segundo o comunicado, foram vários os motivos para que o primeiro semestre de 2025 "fosse considerado o pior dos últimos anos em termos de regularidade e de previsibilidade na chegada e partida dos navios aos Açores".

Os motivos prendem-se com as condições de navegação, que foram "extraordinariamente difíceis, com vários momentos em que os navios não saíram dos portos por impedimento à navegação em condições de segurança", e com questões de certificação, pois "houve vários navios que estiveram em doca seca, algumas vezes por períodos superiores aos programados, por se tratar de intervenções profundas em navios com muitos anos de operação".

Também o facto de o executivo açoriano "ter solicitado um toque semanal em todas as ilhas trouxe dificuldades acrescidas aos armadores, pelos problemas já explicados, mas, sobretudo, por ser difícil encontrar navios que possam substituir os que estão em doca seca e que possuam características que se enquadrem nas especificidades dos portos dos Açores", justificou a CCIPD.

Os armadores informaram que a expectativa para o segundo semestre de 2025 "será de uma operação com maior regularidade e sem os transtornos verificados no primeiro semestre, (…) uma vez que se espera voltar a receber um navio que esteve em manutenção em doca seca, cumprindo as obrigações estatutárias e da classe", concluiu.

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