À margem da conferência “Os Desafios do Setor Elétrico na Economia dos Açores”, promovida pela EDA, João Ponte, salientou que a primeira fase da transição de contadores convencionais para contadores inteligentes na Região, que engloba a instalação de 10 mil ‘smart meters’, deverá estar concluída até ao final deste ano e que, até 2028, o objetivo é chegar aos 140 mil equipamentos.
“Isto é um processo que vai ser gradual. Esperamos até ao final deste ano ter grande parte dos contadores já instalados e ter o sistema suficientemente maduro para podermos começar a fazer operações remotas e também colher as leituras”, destacou em declarações aos jornalistas.
Segundo o engenheiro, “até 2028, queremos fechar os restantes clientes. Estou a falar em cerca de 140 mil clientes em todas as ilhas”, destacou.
João Ponte explicou ontem que o projeto EDA Smart Metering é muito focado “no cliente”, sendo o objetivo “permitir que o cliente tenha acesso à sua faturação com informação de 15 em 15 minutos”, o que “vai permitir que sejam evitadas as estimativas” na fatura da eletricidade.
Além disso, “neste momento, há um conjunto de ordens de serviço que são feitas através de funcionários da empresa, sejam alterações de ciclos de horários, sejam alterações de potência. Vão poder ser feitas através desta plataforma”, destaca.
“Será mais fácil, simples e vai representar uma melhoria na eficiência do sistema”, considerou ainda.
Recorde-se que, em janeiro deste ano, a EDA revelou ao Açoriano Oriental que este projeto representava um investimento previsto de 16,3 milhões de euros a realizar até ao final do terceiro trimestre de 2028, sendo de 4 milhões de euros o investimento na primeira fase do projeto, que se prevê concluir no final do primeiro trimestre de 2026.
Na altura, a empresa destacou que alguns dos pontos positivos desta medida passava pela capacidade de o cliente saber “quando e onde” consome energia elétrica e “qual a tarifa que melhor se adequa ao seu perfil”.
Além disso, terá ainda a “possibilidade de efetuar alterações tarifárias à distância e com implementação em curto espaço de tempo (tipo de tarifa, potência contratada, ciclos de faturação), entre outras”.
Quanto à operação da rede de distribuição também há vantagens, por via da “expectável redução de custos operacionais”, algo que poderá “beneficiar indiretamente o cliente na sua tarifa”, sustentou a EDA.
Outro aspeto benéfico com a implementação deste projeto é relativo à deteção de avarias, ou pré-deteção, uma vez que a informação recolhida dos contadores será “crucial para a redução do tempo de interrupções e maior rapidez na sua resolução”.
No entanto, este projeto coloca “enormes
desafios” à EDA. “A infraestrutura de comunicações, a Cyber Security e a
gestão mais complexa de ativos e dos novos dados por estes produzidos, e
que necessitam ser mantidos, são alguns dos temas que irão exigir um
suporte exigente ao nível da operação do sistema de ‘Smart Grids’”,
referiu na altura a empresa.