Siemens garante que sistema de incêndio funcionou no Hospital de Ponta Delgada

O diretor-geral da Siemens Portugal afirmou que o sistema de incêndio do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, funcionou aquando do incêndio de 04 de maio 2024, mas acrescentou que deve ser substituído por estar obsoleto



De acordo com Luís Mourato, o sistema de incêndio do maior hospital açoriano "cumpriu a sua funcionalidade” naquele dia.

O diretor-geral da Building Technologies da Siemens Portugal falava na comissão parlamentar de inquérito ao incêndio no HDES, onde foi ouvido esta quarta-feira.

O responsável disse ainda aos deputados que aquele sistema de incêndio deve ser substituído por um mais moderno, apesar de ter funcionado no dia 04 de maio 2024, por estar obsoleto.

“Todos os relatórios faziam menção da necessidade de substituir o sistema, que estava descontinuado", afirmou.

Segundo Luís Mourato, a Siemens Portugal formalizou essa proposta de substituição ao HDES em setembro passado, mas ainda não obteve resposta.

O responsável da Siemens acrescentou que a proposta da empresa, entregue ao responsável pelos Serviços de Instalação e Equipamentos do HDES, José Ponte, aponta para a “substituição do sistema [de incêndio] de forma faseada”, porque assim “permite que o hospital continue a funcionar”.

Também presente na comissão, a advogada na Siemens Portugal Nádia Santos explicou que “não havia anomalias” no sistema do HDES, afirmando que “o incêndio aconteceu porque foi um acidente”.

“O sistema não foi a causa do incêndio”, frisou.

Nádia Santos considerou, por outro lado que, caso o HDES estivesse dotado do sistema sugerido, uma vez que o atual foi descontinuado, “não haveria como saber se as consequências seriam diferentes" porque, "efetivamente, o sistema funcionou”.

De acordo com a responsável, o que poderia ser diferente “é que haveria um acesso remoto com acesso a mais informação”.

A equipa da Siemens deixou claro que as vistorias realizadas não detetaram inibição nos sinais sonoros do sistema de incêndio do HDES, tendo Luís Mourato referido que, com uma central mais moderna, “se calhar, haveria o registo de todos os eventos”, embora “não seja garantido que se tivesse o histórico todo”.

O diretor-geral da Building Technologies da Siemens Portugal está convicto que “tenham havido intervenções pontuais” no sistema de incêndio do HDES resultantes do diálogo entre as equipas técnicas da Siemens e do hospital, tendo-se garantido na última visita, realizada em 2023, que “o sistema estava a funcionar”.

O responsável referiu ainda que a Siemens deixou de produzir o tipo de equipamento atualmente instalado no HDES, mas foi assegurada a substituição de peças quando necessário.

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