‘Febre’ do Dubai domina Páscoa açoriana

Versão de Tiago Alves do famoso chocolate do Dubai já vendeu mais 20 mil exemplares em apenas dois meses. Novo produto do Chocolatinho está a dominar as encomendas da Páscoa.



Uma mera tablete de chocolate recheada com pistáchio e kadaif, uma massa doce e crocante de origem grega usada em sobremesas no Médio Oriente, foi catapultada pelas redes sociais para uma (des)necessidade de consumo.

O chocolate original é da Fix Dessert Chocolatier e só está disponível no Dubai e em Abu Dhabi mas, tendo em conta o seu sucesso mundial, têm sido várias as recriações que têm surgido no mercado.

Nos Açores, a versão de Tiago Alves do Chocolatinho, na Ribeira Grande, esgota todos os dias.

Desde que foi lançada, há apenas dois meses, esta recriação totalmente artesanal já vendeu mais de 20 mil exemplares e chegou a várias partes do mundo, como Bermudas, Canadá, Estados Unidos da América, França ou Bélgica.

“Chegámos a fechar os correios durante uma tarde, só para podermos enviar tabletes para todo o mundo”, revela.

Ao Açoriano Oriental, Tiago Alves confessa que, ao início, duvidou da adesão do mercado regional, tendo em conta o preço da tablete de chocolate e a capacidade financeira dos açorianos. Apesar disso, pela altura do Dia dos Namorados decidiu fazer a experiência.

“Fui fazendo ‘lives’ no TikTok para as pessoas verem a produção e publiquei nas redes sociais que tínhamos o chocolate do Dubai. Lancei a tablete a 15 de fevereiro com o preço de 12 euros. Pensava que isto não ia ter grande adesão por parte dos nossos clientes porque o preço é um pouco elevado. Ainda por cima, em abril, o preço do cacau e dos frutos secos aumentou e tive de aumentar o valor da tablete para 14 euros”, afirma.

Ao início, Tiago Alves contava apenas com “cinco moldes e, por isso, só produzia 10 tabletes de cada vez. Tudo feito à mão, incluindo a massa do pistáchio. Agora, chego a produzir 660 tabletes por dia em 18 horas de trabalho, tendo em conta a procura!”, revela.

O sucesso do chocolate do Dubai de Tiago Alves também chegou às redes sociais, com várias partilhas de fotos, vídeos e ‘reels’ do produto, e tem incentivado o chocolateiro a apostar em derivações.

“Devido ao feedback dos clientes, tenho versões da tablete com chocolate de leite, chocolate branco e chocolate negro e ainda extra recheio de pistáchio. Também quero fazer um snack e um bombom Dubai. Além disso, criei outros produtos como o cheesecake com a pasta do Dubai e gelados”, diz.

Segundo Tiago Alves, a ‘febre’ do Dubai também já tomou conta das encomendas da Páscoa, com o Chocolatinho a inovar nos ovos de chocolate.

“Apostámos num ovo trabalhado em forma de diamante, para trazer valor acrescentado ao produto, tufado, com duas cascas e recheado como se fosse um bombom com 300 gramas de pasta do Dubai”, destaca, ressalvando que “se tivesse mais moldes, mais ovos destes fazia”.

Tiago Alves revela que a “loucura” pelo chocolate do Dubai acabou por “atrasar” a produção do Chocolatinho para a Páscoa deste ano, no entanto frisa que as vendas estão a “correr muito bem”. “Não temos mãos a medir”, diz.

Quanto a esta ‘febre’ do Dubai, o chocolateiro considera que “veio para ficar”.

“Acho que este sucesso permitiu que o produto entrasse no mercado para ficar, ao contrários de outras modas que já vimos por aí. Claro que não é para todas as carteiras”, ressalva.

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