Observatório para a Proteção da Infância e Juventude junta quatro arquipélagos

Iniciativa resulta de protocolo de cooperação entre instituições dos Açores, Madeira, Cabo Verde e Canárias, com o objetivo de estudar e promover políticas públicas eficazes para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.



Instituições da Macaronésia criam o Observatório da Macaronésia para a Proteção da Infância e da Juventude, o qual surge na sequência do protocolo de cooperação para a implementação de ações de articulação e partilha de recursos técnicos, realizado no ano passado.

O anúncio foi feito na sessão de encerramento da nona edição do SINAPSES – Congresso Internacional de Educação, Psicologia e Neurociências, que decorreu durante a semana e foi organizado pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo.

Ao Açoriano Oriental, André Tavares Rodrigues, doutorado em Psicologia e Educação e coordenador científico do projeto Bem-Estar na Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, recordou que o protocolo assinado em junho passado reuniu o Instituto Cabo-Verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), o Instituto de Segurança Social da Madeira (ISSM, IP-RAM), o Instituto de Segurança Social dos Açores (ISSA, IPRA), o Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes (ISMAT), a Universidade de La Laguna das Canárias, Espanha, e a Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, nos Açores.

Mas agora juntam-se também as universidades dos Açores, da Madeira, de Cabo Verde, das Canárias e o Instituto Manuel Teixeira Gomes, de modo a realizarem um levantamento das necessidades e do perfil de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade nos quatro arquipélagos; um estudo follow-up do sistema de promoção e proteção nos quatro arquipélagos; e medir-se o impacto das políticas públicas implementadas na área social nesses territórios. Também será implementado o programa de promoção do bem-estar em equipas de intervenção social, programa que está a ser aplicado na Região Autónoma da Madeira e em Cabo Verde.

“A criação deste observatório junta professores universitários que, nos próximos três anos, se vão dedicar a operacionalizar estes três objetivos”, explicou, reforçando: “A proteção dos direitos das crianças tem de ter uma validação científica, e a Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo está no caminho dessas boas práticas — e nada melhor do que a parceria com os outros quatro arquipélagos da Macaronésia”.

Ao Açoriano Oriental, Eugénia Leal, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo, realçou a importância deste congresso, que nesta edição inaugurou o seu alargamento no âmbito da Macaronésia, envolvendo, na sua realização, Canárias, Madeira e Cabo Verde.

“Nesta 9.ª edição, o SINAPSES acrescenta mais um objetivo à sua realização, alargando e expandindo resultados que se pretendem também multiplicadores de boas práticas. Assim, o congresso de 2025 inaugura o seu alargamento no âmbito da Macaronésia (envolvendo, na sua realização, Canárias, Madeira e Cabo Verde), o que resulta de um protocolo de cooperação assinado pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Franca do Campo”, realçou.

Ainda sobre este congresso, que nesta edição teve como tema “Condições Mentais para um Futuro Transformador – o papel da neurociência nas patologias de saúde mental e nos comportamentos desviantes”, Eugénia Leal referiu que se destinou a educadores de infância, professores, técnicos de apoio à infância, psicólogos, sociólogos e ajudantes de educação das escolas públicas, das IPSS e das Santas Casas da Misericórdia. Mas também esteve aberto a alunos de universidades e de escolas profissionais, assim como a pais, encarregados de educação e ao público em geral.

No total, participaram nesta edição do SINAPSES cerca de 140 pessoas, presencialmente e online.

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