O projeto da nova piscina termal na freguesia das Furnas, anunciada pela Câmara Municipal da Povoação em janeiro, não tem qualquer estudo a suportar a sua viabilidade, confirmou o presidente da autarquia, o socialista Pedro Melo, na última reunião de Câmara.
De acordo com a ata consultada pelo Açoriano Oriental, o vereador do PSD, Francisco Gaspar, indagou, pela terceira vez consecutiva, pelo estudo de viabilidade do referido projeto, depois de já o ter feito nas duas últimas reuniões de câmara.
Na reunião do dia 21 de março, o vereador Rui Fravica Melo informou o social-democrata que “aquando da apresentação do projeto de arquitetura foi informado haver um estudo paralelo que garanta o abastecimento às futuras piscinas”, lê-se na ata.
Ora, na ata da reunião do dia 17 de abril, depois de nova interpelação de Francisco Gaspar, assinalando que ainda não tinha recebido o referido estudo, o presidente da autarquia informou que “não haver (sic) estudo escrito, mas sim informação de várias pessoas conhecedoras do assunto e que informaram que existe água bastante para abastecer as futuras piscinas termais projetadas”.
Segundo o mesmo documento, Pedro Melo acrescentou ainda que “vão existir piscinas de águas termais e piscinas de água corrente à temperatura ambiente”.
De acordo com o presidente, no âmbito do programa de concurso e caderno de encargos que está a ser elaborado com vista ao concurso de concessão, a ser lançado pela Junta de Freguesia das Furnas, “essas situações eventualmente serão definidas, nomeadamente no que se refere aos caudais”.
O Açoriano Oriental inquiriu o executivo municipal sobre que pessoas foram ouvidas na elaboração do projeto, mas a Câmara Municipal da Povoação não respondeu até ao fecho da edição.
De recordar que o projeto apresentado para a construção de novas piscinas termais na Avenida Manuel de Arriaga, nas Furnas, contempla quatro piscinas de águas termais com diferentes temperaturas, estando também integrado neste espaço um campo de minigolfe e zonas ajardinadas, além de estar prevista a requalificação do coreto existente, que se transformará num espaço de esplanada.
Em março, o Açoriano Oriental ouviu dois especialistas, o arquiteto Kol de Carvalho e o hidrogeólogo Rui Coutinho, que questionaram a viabilidade das novas piscinas termais, nomeadamente alertando para a necessidade de um estudo hidrogeológico que explique como será feita a alimentação termal.